Como não aprender Japonês

Já faz 10 anos que tento aprender japonês, e meu Deus, que língua difícil!!

Desde pequeno que me encanto pelos kanji. Os primeiros que avistei estavam num toori em Atibaia, minha cidade natal, muito conhecida pela festa de flores e morangos e pela forte colônia japonesa.

Me apaixonei pela língua ao ouvir a narração de Dragon Ball Z num jogo de Playstation. Eu tinha talvez meus 9 anos.

Aquilo era tão diferente… Parecia uma língua de outro planeta, de sons suaves e macios ao ouvido como o toque de um pêssego.

Enfim, foram 10 anos sofríveis de tentativa e erro que trouxeram até aqui. Pouco progresso fiz, confesso, mas aprendi muito a pensar como de fato se aprende uma língua.

E não foram 10 anos estudando rigorosamente. Na verdade sempre fui muito indisciplinado nos estudos: começava, parava, começava outra vez do zero.

Tentava estudar por conta, sem ainda nenhum conhecimento sobre como se aprende idiomas. Era como Davi contra Golias, só que sem sua funda.

Um belo dia me matriculei na Aliança Cultural Brasil-Japão, na rua Vergueiro em São Paulo. Mas não tardei em descobrir que não me encaixava naquelas aulas repetitivas, de siga-o-mestre, gramática, de falar as mesmas frases em conjunto com a turma e dinâmicas forçadas.

Descobri rápido que jamais aprenderia japonês ali. Era necessário criar o meu próprio caminho.

E infelizmente é comum os alunos ficarem 2, 3, 4 anos ou mais em escolas de idiomas sem conseguir falar com um nativo ou entender textos simples. Uma grande perda de tempo e de dinheiro.

Acontece que não em escolas de japonês mas em quase toda escola de idiomas, a língua é ensinada aos alunos como um cadáver dissecado é ensinado aos alunos de anatomia.

Cada parte da gramática é ensinada como cada órgão do corpo humano. Este é o corpo? Sim, mas sem VIDA.

Assim, nas aulas vemos uma língua sem vida, sem graça, junto com uma montanha de regrinhas para memorizar.

O resultado: o Brasil continua sem falar inglês apesar de ter escolas em cada esquina. O método não está funcionando!

Esse foi o começo da minha jornada de descobertas sobre como se aprende. O começo do meu aprendendo a aprender.


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